CAPTURA DE ENXAMES
.
ABELHA INDÍGENAS CAPTURA DE ENXAME
Para capturar colônias existentes na natureza, o criador pode levar, para seu meliponário, galhos ou troncos onde existam colônias, devendo, para isso, cortá-los com cuidado para não atingir o ninho e fechar as extremidades do oco, caso fiquem abertas. Antes de cortar é importante fechar a entrada da colméia com tela ou algodão para impedir que muitas abelhas escapem. No caso de muitas abelhas estarem fora do ninho após a captura da colônia, o tronco ou galho contendo o ninho deve ser deixado com a entrada aberta, o mais próximo possível de onde se encontrava originalmente, para que as abelhas retornem. À noitinha, quando todas as abelhas estiverem recolhidas, a entrada deve ser fechada com tela e então a colônia pode ser transportada, com cuidado, para o meliponário, devendo o tronco ser colocado na mesma posição em que se encontrava. A tela da entrada deve, então, ser retirada. Durante o transporte, choques violentos devem ser evitados.
Caso se deseje capturar colônias que se encontram em outro tipo de cavidade, como paredes, muros, barrancos etc., estas devem ser transferidas diretamente para caixas.
Para se transferir uma colônia de abelha indígena para caixa é preciso ter acesso à cavidade onde o ninho se encontra alojado. Caso este se encontre dentro de galho ou tronco de árvore, estes devem ser abertos com auxílio de machado, cunha e marreta ou motosserra, tomando-se cuidado para não atingir o ninho. Caso este se encontre em cavidades dentro de muros ou paredes, a cavidade pode ser atingida desmontando-se parte da construção, o que nem sempre é fácil ou possível.
Quando se trata de ninho subterrâneo, cava-se o solo até atingir a cavidade onde ele se encontra, tendo-se, antes, o cuidado de introduzir, pela entrada, um arame com um pedaço de algodão preso à sua ponta. Este serve de guia e se este cuidado não for seguido pode-se perder o canal de entrada e, desse modo, não se conseguir achar o ninho.
Após atingir a cavidade onde se encontra o ninho, realiza-se a transferência de seus elementos para a caixa onde o ninho será abrigado. No caso de ninhos subterrâneos, muitas vezes é possível transferi-lo inteiro, sem que ele seja danificado. Neste caso, a caixa deve ter dimensões tais que permitam o acondicionamento do ninho inteiro.
Quando tiver que desmontar o ninho, para transferi-lo, certos cuidados devem ser tomados: no caso do ninho haver sido submetido a golpes fortes, como acontece normalmente com os alojados em troncos ou galhos de árvores, só os favos que contenham larvas, que já ingeriram a maior parte do alimento e favos mais velhos, reconhecidos por sua cor mais clara e por serem mais resistentes, devem ser aproveitados. Os favos novos, que contêm ovos e larvinhas novas, devem ser descartados, como também todos os favos danificados ou amassados.
Os favos devem ser colocados na mesma posição em que se encontravam na colônia natural, e entre dois favos deve haver espaço suficiente para a circulação das abelhas. O mesmo deve acontecer entre o fundo da colméia e o primeiro favo colocado. Para se conseguir isto, coloca-se um pouco de lamelas de cerume entre os favos e entre estes e o fundo da colméia.
O cerume deve ser retirado da colônia antiga e colocado na nova, tomando-se o cuidado para não se amassar muito as lamelas. Estas devem ser colocadas em torno da cria para protegê-la. Só devem ser colocados na nova colônia potes de alimento intactos. Potes rachados, principalmente de pólen, atraem forídeos (pequenas mosquinhas) que proliferam na colméia, utilizando como alimento, principalmente, pólen e alimento de cria. A proliferação de forídeos pode levar à destruição da colônia.
O mel contido em potes danificados pode ser posteriormente devolvido à colônia em pequenas doses, colocadas em alimentadores. O polén pode ser devolvido, após o restabelecimento da colônia, em potes de cera cuidadosamente fechados.
É muito importante que a colônia receba pólen de sua própria espécie, isso porque aí existem bactérias envolvidas na fermentação. Sem essa fermentação específica, o pólen não pode ser usado como alimento pelas abelhas.
Devem ser transferidos também os depósitos de resina e cera da colônia original, bem como todas as abelhas adultas. As que não conseguem voar devem ser cuidadosamente coletadas e colocadas na nova colméia. Cuidado especial deve ser tomado com a rainha poedeira que é reconhecida pelo seu abdômen grandemente dilatado.
As abelhas, que conseguirem voar e escaparem no momento da captura, voltam ao local onde a colméia estava instalada, é aí que se deve colocar a nova caixa para que elas entrem. É importante que a entrada da nova caixa fique aproximadamente na mesma posição em que estava a entrada da colméia antiga. Um pouco de resina e cerume da colônia original, colocados em torno da abertura da nova colônia, ajuda as abelhas a encontrarem a entrada, especialmente se for agregado um pouco de material da antiga entrada.
Caso o ninho, antes de sua abertura, tenha sido transportado para longe do local onde estava instalado, as abelhas que voarem tenderão a voltar ao local de abertura do ninho e a nova colônia aí deve ser deixada até que a maioria das abelhas tenha retornado e entrado na colônia. Em todos os casos, os restos da colônia antiga, especialmente as partes que contêm resina e cerume, devem ser levados para longe, pois funcionam como atrativo para as abelhas que voaram, desorientando-as e dificultando a entrada destas na nova colméia.
Após a montagem da colônia, a caixa deve ser fechada de modo a não deixar frestas por onde possam penetrar parasitas ou abelhas saqueadoras. Para a proteção contra formigas, o suporte da nova colônia pode ser untado com graxa de modo a impedir que elas a atinjam, pelo menos até seu restabelecimento.
Assinar:
Postagens (Atom)